Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2006
Ninguém parece preocupar-se como isso, sobretudo aqueles que continuam a investir na compra de bilhetes, de subscrever canais de desporto e de idolatrar cada ídolo que se crê impoluto na forma como atinge os seus resultados, mas o ano de 2006 ficará para sempre marcado pelo ano da ascenção e queda dos que combatem a fraude no desporto.
Ascenção, porque neste ano caíram nas malhas do doping jogadores de futebol como o caso do Nuno Assis, o Tour de France produziu o seu primeiro vencedor comprovadamente - sublinho - dopado, A Operacion Puerto, na vizinha Espanha desmantelou um laboratório onde supostamente vários ciclistas faziam transfusões sanguíneas para melhorar resultados...e que ciclistas! No país da bota é desmantelada uma rede de falsificação de resultados, Marion Jones dá positivo num controle anti-doping e o nosso Apito Dourado parece ressuscitar depois de os coveiros lhe terem lançado as primeiras pás de terra, com o livro de Carolina Salgado.
Queda, porque Nuno Assis continua a passear-se nos relvados e parece que só o Benfica acredita que o atleta não se dopou, Floyd Landis - vencedor do Tour - tenta descredibilizar os laboratórios que o incriminaram e pelos vistos não está longe de o conseguir, a Operacion Puerto está em declínio por falta de provas e pela possibilidade de os atletas se recusarem, legalmente, a fazer testes ADN e em Itália, alguém se lembra do escândalo das apostas? Pois é, no desporto estamos na era do vale-tudo; afinal se um fanático consegue dizer que não foi penalty mesmo se o adversário partir a perna no lance porque razão hão-de acertar aqueles que lutam pela transparência no desporto?