Sexta-feira, 22 de Dezembro de 2006
Há cerca de duas horas dei conta de uma violenta discussão entre duas pessoas do sexo feminino (não há presunção implícita, entenda-se) que disputavam um lugar de estacionamento e o tom e o teor da linguagem entre ambas era tudo menos natalício. Esta situação ocorre porque as pessoas se acotovelam na rua, nas lojas, num frenesim que as leva a estados emocionais no limiar do nervosismo explosivo. À mínima situação, a tampa da panela salta mesmo, como a situação por mim presenciada porque as pessoas são obrigadas a fazer uma ginástica financeira monumental para dar resposta às prendas do tio, da tia, do amigo, do cão do amigo e da prima que só vemos de ano a ano e não conseguem esconder o rosto crispado e a ansiedade por ter de respeitar tradições com grande exigência financeira. Enquanto o cidadão comum gasta para depois se endividar mais tarde acabando por ter um acréscimo de despesa com os calmantes que necessita de comprar devido a essa necessidade, o nosso primeiro-ministro recebe uma poltrona de mil euros oferecida pelos tachados que, imagine-se ,até faz massagens durante as horas de expediente. Quem é que disse que somos somos iguais perante esta democracia?